terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Povo ao Poder


Pelourinho (óleo sobre tela) Rachel Martins


Na tortura, na fogueira...
Nas tocas da inquisição
Chiava o ferro na carne
Porém gritava a aflição.
Pois bem... nest'hora poluta

Nós bebemos a cicuta
Sufocados no estertor;
Deixai-nos soltar um grito
Que topando no infinito

Talvez desperte o Senhor.

A palavra! Vós roubais-la
Aos lábios da multidão
Dizei, senhores, à lava
Que não rompa do vulcão.

Castro Alves. Excertos do poema O povo ao poder, 1864.


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