Ele sozinho passeia
Em seu palácio invisível.
Linda moça risca um riso
Por trás do muro de vidro.
Risca e foge, num adejo.
Ele pára, de alma tonta.
Um beijo brota na ponta
Do galho do seu desejo.
E pouco a pouco se achegam.
Põem a palma contra palma.
Mas o frio, o frio do vidro
Lhe penetra a própria alma!
“Ai do meu Reino Encantado,
Se tudo aqui é impossível…
Pra que palácio invisível
Se o mundo está do outro lado?”
E inda busca, de alma louca,
Aquele lábio vermelho.
Ai! O frio da própria boca!
O amor é um beijo no espelho…
Beija e cai, como um engonço,
Todo desarticulado…
Linda moça, como um sonho,
Se dissipa do outro lado…
Mário Quintana
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