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Abro saídas na mata fechada
- densa floresta, rotas marcadas -
sol poente,
a inevitável escuridão que assusta.
Busco na meia-luz a claridade.
Tateio o véu indevassável
- labirinto obtuso -
ferimentos da alma dilacerada.
Cambaleio na margem
que se abriu na tormenta.
Lembro a pureza da nascente,
a esperança que me acompanhava.
Lavo o rosto amargurado e frio
nessa água pura, cristalina.
Perderam-se nas profundezas do rio
os reveses que sufocaram minha vida.
Flávio Villa-Lobos