terça-feira, 8 de junho de 2010

Cada qual tem o seu álcool...

Cada qual tem o seu álcool. Tenho álcool bastante em existir.
Bêbado de me sentir, vagueio e ando certo. Se são horas,
recolho ao escritório como qualquer outro. Se não são horas,
vou até ao rio fitar ao rio, como qualquer outro. Sou igual.
E por detrás de isso, céu meu, constelo-me às escondidas e
tenho o meu infinito.

Fernando Pessoa, Livro do Desassossego