Tão sutilmente em tantos breves anos
Foram se trocando sobre os muros
Mais que desigualdades, semelhanças
que aos poucos dois são um, sem que no entanto
deixem de ser plurais:
talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.
Presenças, solidões que vão tecendo a vida,
O filho que se faz, uma árvore plantada,
O tempo gotejando no telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe
O pó de um cotidiano desencanto...
Tão fielmente adaptam-se as almas destes corposQue uma em outra pode se trocar,Sem que alguém de fora o percebesse nunca.Lya Luft