quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Conta-me


Conta-me como foi
que os nossos olhos se olharam ofuscados
pelas luzes que nos iluminou o corpo
Conta-me como se fez um chão
enorme entre nós na noite no silêncio do corpo
Conta-me como aquele chão fundo
mesmo debaixo do solo
nos acolheu com pequenos espaços
em ruínas e de repente uma luz
um brilho no olhar um sorriso no ar
um beijo nos lábios
onde nasceu uma palavra fresca
com a pureza do dia
em que morremos um no outro
Conta-me as palavras
que sempre me disseste
ainda antes de nos conhecermos
Conta-me como o dizias
quando as palavras eram de silêncio
como mudas no meio dos gestos
que trocámos e sentimos
Conta-me mas encosta a tua cabeça
na minha mão e toca-me
com a tua respiração
sente o calor mas conta-me
Conta-me tudo como se
ainda não tivesses
contado nada...

Autor desconhecido