quinta-feira, 28 de abril de 2011

Paisagem n°4

CANDIDO PORTINARI, Colheita de café (Cosecha de café) 1958 


Os caminhões rodando, as carroças rodando,
rápidas as ruas se desenrolando,
rumor surdo e rouco, estrépitos, estalidos...
E o largo coro de ouro das sacas de café!...
Na confluência o grito inglês da São Paulo Railway...
Mas as ventaneiras da desilusão! a baixa do café!...
As quebras, as ameaças, as audácias superfinas!...
Fogem os fazendeiros para o lar!... Cincinato Braga!...
Muito ao longe o Brasil com seus braços cruzados...
Oh! as indiferenças maternais!...
Os caminhões rodando, as carroças rodando,
rápidas as ruas se desenrolando,
rumor surdo e rouco, estrépitos, estalidos...
E o largo coro de ouro das sacas de café!...
(...)

Mário de Andrade

Um comentário:

  1. Olá Claudia, boa noite!

    Passando para agradecer sua visita lá no Desnudo e, por estar me seguindo.

    Seu poema expressa duas fases econômicas do Brasil Império. A do café e a do ciclo do ouro.Mas contudo, a queda do ciclo do café, D. Pedro II de plena consciência ao ver o desmatamento ao abandono dos plantios com a decadência do ciclo do café, nos deixou uma herança das mais belas, a nossa exuberante floresta da Tijuca.

    Uma ótima noite pra ti e, um ótimo fim de semana.

    Bjs no coração

    Marcio RJ

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