quarta-feira, 23 de julho de 2008

Flutuar da alma


Teu coração a pulsar de amores
ousa desafiar a tua angústia,
e te soltas na festa da vida.
Esvanecem teus receios em calorosos brindes,
e te lanças, tão pura, aos sorrisos imprudentes.
Tua alma flutua lancinante,
vagueando num indefinido rumor de sonhos,
onde declinam razão e expectativas tantas.
Gritas teus anseios a toda a gente,
expurgando tuas dores mais secretas.
Trazes o desejo do universo,
de abraçares, divina, a raça humana,
como a redimir seus inconfessáveis pecados,
porque tua bondade assim te inebria.
Não sabes, porém os efeitos do teu gesto
a descortinar em severo e pungente espelho,
ante um mundo cego e assustado,
negando-se em ti a ele próprio.
No teu íntimo ecoa uma doce melodia
a te convidar ao enleio das estrelas,
mas não achas teu par naquele baile de sonhos,
somente a severa punição da tua encantada dança.
O teu coração ainda pulsa de amores,
e bombeia agora a tua doce rebeldia,
sempre a desafiar a insistente angústia
com o mágico poder dos teus íntimos sonhos.
(autor londrino)