segunda-feira, 14 de julho de 2008

Visita à casa paterna

Como a ave que volta ao ninho antigo
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo.

Entrei: Um gênio carinhoso e amigo,
O fantasma talvez do amor materno
Tomou-me as mãos, - olhou-me – grave e terno,
E, passo a passo, caminhou comigo.

Era esta a sala...(Oh, se me lembro! E quanto!)
Em que da luz noturna à claridade,
Minhas irmãs e minha mãe... O pranto

Jorrou-me em ondas... Resistir quem há-de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade.


(Luís Guimarães Júnior)