quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Como a lua

I
Olho a lua enquanto dormes...
Ela me assanha;
projetando luz em teus cabelos e;
indo em frente,
vai de teu semblante pelo pescoço,
lentamente,
e, iluminando teu dorso forte,
seu clarão banha...

II
Eu, em pé e recostada
no umbral de tua cabana...
Hoje rezo, choro e rogo,
sabendo inutilmente,
que o curso vagaroso
e feito pela lua refulgente,
eu não posso seguir...
Este amor me engana...

III
Mas me encorajo,
qual a lua silenciosa em teu leito...
Pé ante pé eu chego a tí...
Coração pulando no peito;
e como ela me aproximo,
vendo teu doce repousar...

IV
Como ela, sinto teu calor,
que não me deixa respirar...
O estalo indevido ocorre e me aprumo...
Não tem jeito;
saio do quarto como vim...
Você poderia acordar...

Maria Antonieta R. Mattos