terça-feira, 9 de setembro de 2008

Miséria alheia

Poucos são os que se importam
Com a miséria que alastra
E muitos deles nem suportam
Quem na miséria se arrasta.
Se ao longe vêem um pedinte
Olham de um modo velado,
E passam para a rua seguinte
Só para não lhe passar ao lado.
Tentando fazer de conta
Que não se tinham apercebido,
Atitude que remonta
A um sentimento esquecido.
Talvez se já soubessem
O que custa passar fome,
E as dores que acontecem
A quem quer, mas que não come.
Não procedessem desta forma
E mudassem de atitude,
E criassem outra norma
Para que a miséria mude.
Talvez assim o mundo mudasse
Para um modo de altruísmo,
E a miséria acabasse
Assim como o egoísmo.
Zeninume